Drica Moraes: malévola de verdade
A atriz rompe com a leva recente de vilões simpáticos, cria uma personagem assustadora e presenteia o público com cenas poderosas
Drica Moraes ganhou um presente e tanto por seus 45 anos, completados no último dia 29. Pela quarta noite consecutiva, desde que sua personagem, Cora, começou a destilar maldades na novela Império, ela figurou no topo da lista dos tópicos mais movimentados do Twitter brasileiro. Em apenas uma semana no ar, Cora ganhou pelo menos 26 perfis humorísticos falsos no Instagram, termômetro de que suas vilanias caíram na boca do povo. Foram esses perfis que garantiram sobrevida além da televisão para personagens como Carminha, de Adriana Esteves (da novela Avenida Brasil), ou Félix, o último grande vilão do horário, vivido por Mateus Solano (na novela Amor à vida). Até hoje, parte dos perfis fake desses personagens é atualizada.
Cora exibe diferenças em relação a esses antecessores. Sua maldade não é irônica, galhofeira ou estridente. Pelo contrário: é estudadamente represada no olhar frio, na boca seca, na voz baixa e no gestual de falsa beata, esculpidos artesanalmente por Drica, pelo diretor da novela, Rogério Gomes, o Papinha, e pelo texto preciso de Aguinaldo Silva. Quando a tendência dos adoráveis vilões brincalhões parecia se estabelecer, Aguinaldo decidiu arriscar em sua trama uma Cora que mais parece Perpétua, vivida por Joana Fomm em Tieta, do que Tereza Cristina, a perua desmiolada interpretada por Christiane Torloni em Fina estampa, para comparar dois de seus grandes sucessos.
As vilãs de Império – a outra é Maria Marta, de Lilia Cabral – são más sem circunlóquios. Não pedem o amor do público, mas seu ódio. “Interpretar uma vilã exige uma carga maior, e isso para um ator é um presente. Estou preparada para ser maltratada nas ruas”, afirmou Drica na festa de lançamento de Império.
Com mais de 30 novelas no currículo, ela é considerada um dos maiores talentos de sua geração, tanto no drama quanto no humor. Estreou na TV aos 19 anos, no programa humorístico Grupo escolacho, ao lado de outros jovens promissores, como Denise Fraga, Eduardo Dussek, Patrycia Travassos e Selton Mello. Neste ano, pôde ser vista também nos cinemas, no papel de Alzira Vargas, no filme Getúlio. “Drica é uma atriz incrível, e tê-la em meu elenco é um luxo”, diz Aguinaldo. Em 2009, ela adotou um filho, Matheus, e, no ano seguinte, passou por um penoso tratamento contra a leucemia. Chegou a se submeter a um transplante de medula – nos cinemas, Drica pode ser vista também na campanha de doação de medula da Associação da Medula Óssea. Completamente recuperada, ela brinca nos bastidores que não quer alardear muito a cura – senão, o diretor Papinha pode colocá-la para gravar até de madrugada.
Nas duas primeiras semanas de exibição, Império, exibida pela TV Globo, devolveu o fôlego ao horário das 9, o mais nobre para as novelas na televisão brasileira. A audiência medida pelo Ibope oscila. Pega talvez uma rebarba do mau humor gerado pela insossa Em família. Mas a repercussão tem sido grande. A trama central é a saga de um ex-contrabandista de pedras preciosas que se torna um homem poderoso, dono de um império de joalherias. Essa trajetória voltará a ser perturbada por Cora, irmã do grande amor de seu passado. Ela quer usar a sobrinha para arrancar parte de sua fortuna. Uma cena memorável de Drica entrou pela porta da frente entre os pontos altos da dramaturgia nacional. Na semana passada, Cora deu um escândalo no enterro da irmã, alternando gritos de desespero, lágrimas e... gargalhadas. “A atuação da Drica, do choro compulsivo ao riso histérico, numa demonstração de desequilíbrio e, ao mesmo tempo, de frieza e pragmatismo diante da irmã, Eliane (Malu Galli), morta, foi digna de aplausos em pé”, diz Aguinaldo. Que atriz e autor continuem a presentear o público com mais exibições de talento desse quilate.
Cora exibe diferenças em relação a esses antecessores. Sua maldade não é irônica, galhofeira ou estridente. Pelo contrário: é estudadamente represada no olhar frio, na boca seca, na voz baixa e no gestual de falsa beata, esculpidos artesanalmente por Drica, pelo diretor da novela, Rogério Gomes, o Papinha, e pelo texto preciso de Aguinaldo Silva. Quando a tendência dos adoráveis vilões brincalhões parecia se estabelecer, Aguinaldo decidiu arriscar em sua trama uma Cora que mais parece Perpétua, vivida por Joana Fomm em Tieta, do que Tereza Cristina, a perua desmiolada interpretada por Christiane Torloni em Fina estampa, para comparar dois de seus grandes sucessos.
As vilãs de Império – a outra é Maria Marta, de Lilia Cabral – são más sem circunlóquios. Não pedem o amor do público, mas seu ódio. “Interpretar uma vilã exige uma carga maior, e isso para um ator é um presente. Estou preparada para ser maltratada nas ruas”, afirmou Drica na festa de lançamento de Império.
Com mais de 30 novelas no currículo, ela é considerada um dos maiores talentos de sua geração, tanto no drama quanto no humor. Estreou na TV aos 19 anos, no programa humorístico Grupo escolacho, ao lado de outros jovens promissores, como Denise Fraga, Eduardo Dussek, Patrycia Travassos e Selton Mello. Neste ano, pôde ser vista também nos cinemas, no papel de Alzira Vargas, no filme Getúlio. “Drica é uma atriz incrível, e tê-la em meu elenco é um luxo”, diz Aguinaldo. Em 2009, ela adotou um filho, Matheus, e, no ano seguinte, passou por um penoso tratamento contra a leucemia. Chegou a se submeter a um transplante de medula – nos cinemas, Drica pode ser vista também na campanha de doação de medula da Associação da Medula Óssea. Completamente recuperada, ela brinca nos bastidores que não quer alardear muito a cura – senão, o diretor Papinha pode colocá-la para gravar até de madrugada.
Nas duas primeiras semanas de exibição, Império, exibida pela TV Globo, devolveu o fôlego ao horário das 9, o mais nobre para as novelas na televisão brasileira. A audiência medida pelo Ibope oscila. Pega talvez uma rebarba do mau humor gerado pela insossa Em família. Mas a repercussão tem sido grande. A trama central é a saga de um ex-contrabandista de pedras preciosas que se torna um homem poderoso, dono de um império de joalherias. Essa trajetória voltará a ser perturbada por Cora, irmã do grande amor de seu passado. Ela quer usar a sobrinha para arrancar parte de sua fortuna. Uma cena memorável de Drica entrou pela porta da frente entre os pontos altos da dramaturgia nacional. Na semana passada, Cora deu um escândalo no enterro da irmã, alternando gritos de desespero, lágrimas e... gargalhadas. “A atuação da Drica, do choro compulsivo ao riso histérico, numa demonstração de desequilíbrio e, ao mesmo tempo, de frieza e pragmatismo diante da irmã, Eliane (Malu Galli), morta, foi digna de aplausos em pé”, diz Aguinaldo. Que atriz e autor continuem a presentear o público com mais exibições de talento desse quilate.
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